Finitude Podcast — pra quando você acordar
Descrição do episódio: Se o Finitude desta semana fosse um filme ou uma série, logo alguém diria que o roteirista exagerou. Mas essa história é real. Vida real.
{Vinheta da Rádio Guarda-chuva, em que uma voz feminina diz: este podcast é uma produção da Rádio Guarda-chuva — jornalismo para quem gosta de ouvir.}
Apresentadora:
Quando Itamar adormeceu, estava chegando a Primavera.
Nas rádios, uma das músicas mais tocadas era Wake me up when September ends, do Green Day.
O presidente do Brasil era Luiz Inácio Lula da Silva. Nos Estados Unidos, George W. Bush iniciava o segundo mandato na Casa Branca.
O iPhone ainda nem existia. Na época, o que pegava mesmo era um Nokia de tela verde, com o jogo da cobrinha faminta.
Morria o Papa João Paulo II.
O mundo não sabia o viria a ser a Covid-19.
O ano era 2005.
{Som de batimentos cardíacos}
Voz feminina:
{Foi dirigindo pro hospital, colocou o pisca-alerta pra parar na esquina (isso a gente só soube pelos médicos que atenderam), ele chegou andando, reclamando de dor de cabeça e dor no braço, fez os exames, fez o eletro e quando o médico estava vendo os resultados dos exames, ele teve um infarto e uma parada cardíaca extensa. Durante 40 minutos o coração ficou parando e voltando. Os médicos disseram que a possibilidade de ele se recuperar do problema cardíaco era de 1%. Porque tinha sido uma parada extensa, ele tinha 41 anos, então o médico disse que era o pior infarto, na pior idade.}
Apresentadora:
Eu sou Juliana Dantas. E este é o décimo quarto episódio da quarta temporada do Finitude. Se as histórias que a gente vai ouvir hoje fossem de uma série ou de um filme, certamente alguém diria que o roteirista exagerou. Mas é tudo vida real.
{TRILHA SONORA DE ABERTURA DE EPISÓDIO}
Entrevistada:
{O médico disse: “a chance de ele se recuperar da parte cardíaca é de 5%”. E eu lembro que quando o médico disse isso pra mim, pros meus pais, pro meu irmão, minha mãe falou: “eu quero o Itamar de qualquer jeito do meu lado. Eu quero de qualquer jeito, eu vou cuidar dele do jeito que ele ficar”.}
Apresentadora:
E assim foi. Dona Elvira teve três filhos: Fábio é o caçula. A Bettina é essa que a gente ta ouvindo e que vai levar a gente por essa história hoje. E o Itamar adormeceu numa sexta-feira comum de setembro.
Bettina:
{“Nesse momento, a gente tinha muita esperança, a gente tinha a sensação de que era só uma questão de tempo, mas um tempo muito curto. Eu achava, assim que, na pior das hipóteses, ele iria acordar em um mês.”}
Apresentadora:
Só que não foi assim.
Bettina:
{“O nome era assim, “estado vegetativo persistente”. Esse “persistente” te dá uma esperança. Porque se fosse “estado vegetativo permanente” você fala “bom, vai ser assim pra sempre, né?” Esse “persistente” me dava uma esperança, né? E as pessoas também me mandavam matérias assim, de pessoas que acordaram depois de 19 anos, depois de 15 anos, depois de 12 anos… E isso me alimentava, sabe? Às vezes eu tava com um fiozinho de esperança e alguém me mandava uma mensagem assim “olha, um belga acordou depois depois de tanto tempo”. “Olha, o irmão da minha mãe tava em coma, uma bacia bateu na cabeça dele e ele acordou” risos E aí você fica com vontade de bater com a bacia na cabeça, sabe? risos}
Apresentadora:
Depois de meses, o Itamar saiu do hospital, teve alta. Foi morar na casa dos pais. E a vida da família Bopp se transformou em muitos sentidos:
Bettina:
{“Era aquela coisa, uma coisa muito invasiva, né? O Itamar tinha enfermeiros 24h, fisioterapeuta, fono, nutricionista, médico, são pessoas assim, tinha mais gente de fora de casa do que da própria família. Eu fiquei com muita pena dos meus pais de passarem por isso, então eu fiquei meio na linha de frente, os médicos falavam comigo as piores coisas, eu era meio um filtro, sabe? E aí trocava em miúdo pros meus pais pra não ser tão duro pra eles, né, eu fazia essa comissão de frente, né? rs”}
Apresentadora:
A Dona Elvira, mãe do Itamar, trocou de quarto. Fez questão de passar a dormir num colado ao que ele estava. Não havia tosse ou suspiro do filho que ela não soubesse. Em meio à toda equipe de saúde e reportagens de pessoas que acordaram do coma ao redor do mundo, a família ia tentando. Ora recebia um padre ora recebia um pajé. Budistas, evangélicos, quem quer que fosse. E o Itamar continuava dormindo.
Bettina:
{“O primeiro ano foi um ano muito difícil. Porque você vai vendo que o tempo ta passando e nada ta mudando e você começa a perceber que aquilo num é mais um período, né? Que vai ser assim pra sempre, né? Então, foi muito, muito difícil, porque você não vive o luto… Porque se você ta vivendo o luto, você mostra que você perdeu a esperança, né? Então era um irmão que num era igual mais, mas que eu tinha que amar, né?
Apresentadora:
Não tinha mais o cheiro dele, as mãos não eram iguais, porque vai ficando diferente, né, de não pegar em nada. Ele não tinha nenhuma interação, então quando um médico dizia pra mim assim “nossa, ele tem uma interação com você, né? A musculatura dele muda quando você chega perto e fala com ele”. Era tão pouco pra mim, né? A musculatura mudar, risos. Aquela coisa de tocar e ele ficar mais relaxado porque eu tava perto… Eu achava que era tão pouco isso. Eu queria muito mais, eu queria ele igual antes de dormir, né? Eu não queria as migalhas que os médicos me ofereciam.”}
Apresentadora:
Quando a Bettina não estava com Itamar, estava trabalhando. Quando não estava trabalhando, estava com Itamar. E ela conta que, mesmo assim, lá no início dessa jornada, vivia com um sentimento de culpa.
Bettina:
{“Se me convidavam pra viajar, eu pensava “pô, mas o Ita não ta viajando, ele não pode viajar”. Se eu ia num restaurante, eu comia e falava “putz, ele nunca mais vai comer essa comida gostosa, ele gostava tanto…” De japonês, de feijoada… Então eu tinha uma culpa, sabe? Eu não me permitia umas coisas. Aí chegou uma hora que eu vi que eu tava fazendo mal pra mim, pros meus filhos, pros meus amigos… E que não podia mais ser assim, né?
Mas eu ainda tinha a culpa.}
Apresentadora:
E, então, a Bettina começou a escrever:
Bettina:
{…porque eu pensava muito assim.. “Aconteceu isso comigo… Nossa, quando o Itamar acordar, será que eu vou lembrar de contar isso pra ele? Porque isso foi uma coisa tão pequena… Será que eu vou lembrar de contar pra ele isso?}
Apresentadora lê um trecho do blog:
“Li que na casa do Saramago o relógio da sala sempre marca 16 horas, horário em que o escritor conheceu sua esposa Pilar del Río. Em algum lugar interno, meu relógio emocional marca dia 16 de setembro de 2005, 18h30. E eu espero os ponteiros andarem.”
Bettina:
{Então eu comecei a escrever as coisas que eu queria contar pra ele quando ele acordasse. Minha gata foi atropelada e… Ela tava bem debilitada. Provavelmente ela ia morrer. E enquanto ele tava acordado, eu nunca tinha tido gato, nem nossa família nunca tinha tido gato, e eu falei “nossa, ele vai acordar e ele nem vai ter sabido que eu tive uma gata e que minha gata morreu”. E aí que eu comecei a escrever conversas que eu gostaria de ter com ele quando ele acordasse, né? Ou conversas que eu gostaria de ter com ele se ele estivesse acordado, né?}
Apresentadora lê um trecho do blog:
“Você não vai acreditar, mas eu tenho um gato! Eu sei, ter gatos não parece com a gente, nunca ninguém teve gato na nossa família, não está no nosso DNA!
Mas eu tenho. Há sete anos! Desde um pouco depois que você dormiu.
Na verdade é uma gata. Peguei meio que por interesse, pensando numa relação serviçal para deixar de gastar com desratizações frequentes e caras.}
Bettina:
{“E o blog me fez muito bem… Eu comecei a escrever textos pra mim. Conversas com ele, mas era uma coisa que eu ia guardar pra mim. Daí eu comecei a postar no Facebook, mas uma coisa pra mim, aí os amigos começaram a ler… a comentar.. E eu vi que era uma maneira de eu trazer o Itamar pras relações, o Itamar sempre foi uma pessoa de relações. Ele tinha um milhão de amigos. Muitos amigos que a gente conheceu no hospital. Era uma comoção no hospital, todos os dias as pessoas se reuniam lá, seis da tarde, sete, saíam do trabalho e iam pra lá, e virava uma festa.”}
Apresentadora:
O blog “Pra quando você acordar” nasceu em 2014, quando o Itamar estava em coma havia nove anos.
Bettina:
{“Então quando eu comecei a escrever, eu vi que as pessoas voltaram a falar dele. E isso foi me tirando a culpa. Era como se eu estivesse perto, mas sem estar perto fisicamente, podendo ter a minha vida, né? E eu vi que isso começou a movimentar, assim, as pessoas falarem dele de novo, me contarem histórias que eu não sabia dele, conhecer amigas e amigos dele que moravam fora e que viram o meu Facebook, começaram a me procurar e falar “olha, eu to com um casaco do Itamar, o Itamar….”
Apresentadora:
De certa maneira, ali, no mundo das palavras que saíam da ponta dos dedos, o Itamar voltava a existir por inteiro.
Bettina:
{“E quando eu chegava lá na casa da minha mãe era ele dentro do quarto e aquela pessoa desconhecida, né, não era meu irmão, não tinha mais nada dele, né, e quando eu tava longe e escrevia era ele ainda, eu buscava fotos antigas nossas, os amigos começaram a me mandar fotos, ‘olha, eu tenho essa foto com ele…’”}
Apresentadora lê um trecho do blog:
“Você não vai acreditar, mas o Mercado do Sul fechou. Acho que você nem conheceu, pra você não vai fazer diferença. Sou eu mesma que estou precisando me acostumar com essa ideia. Sou eu mesma que preciso acreditar. É como se te contar algumas coisas, me fizesse elaborar o real.
Passei de carro pela Santo Amaro com Vahia de Abreu sexta-feira. Já tinha visto que o bar da esquina havia fechado, mas só sexta percebi que o tapume cercava também o mercado. Chorei. A Bruna comigo no carro não acreditou. Mandou um áudio na hora pro Lucca e pra Maria.”
Bettina:
{E aí foi se espalhando. Tinha gente que me mandava mensagem de Singapura. “Olha, li seu blog porque um amigo compartilhou, me fez muito bem.” Porque era assim… As pessoas não tinham um irmão em coma, mas no blog eu falava sobre assuntos universais… Sobre amor, perda, despedida, família… E as pessoas se identificavam. Diziam “nossa, eu to brigada com meu irmão há tanto tempo, eu li os textos e fiquei com vontade de ligar pra ele…” Sabe? E essa devolutiva começou a me fazer muito bem. Um rapaz que morava em Manaus fez uma música pro Itamar…
{ouve-se o músico falando ao fundo}
E mandou um vídeo, assim, de um show, ele mandou um vídeo de um show, ele tocando a primeira música do show foi essa música que ele fez pra ele… muito emocionante… muito emocionante.
{ouve-se a música instrumental produzida em homenagem ao Itamar}
O músico se chama Sérgio Mar…
{ouve-se a música instrumental produzida em homenagem ao Itamar}
E as pessoas tratavam o Ita como se conhecessem, pelo apelido, assim…}
{ouve-se a música instrumental produzida em homenagem ao Itamar}
Apresentadora:
Itamar virou música, virou blog, virou reportagens na mídia, está virando este episódio do Finitude… virou estrela.
Quando o Ita partiu, já era quase Primavera de novo. E aí ele já estava perto de completar 57 anos.
Green Day quase não tocava mais nas rádios. O presidente do Brasil sabemos bem quem é e, nos Estados Unidos, Joe Biden estava prestes a ser eleito.
Os celulares não têm mais o jogo da cobrinha. O Ita não soube do Papa Francisco ou da Covid-19. Também não soube do pai dele, que morreu nesse meio-tempo.
Foram 15 anos de sono. Aliás, na verdade faltavam 9 dias pra chegar aos 15 anos de coma. Das inúmeras pneumonias que chegou a ter neste período, a última trouxe mais complicações. Ita morreu no Dia da Independência.
Bettina:
{“Durante muito tempo eu fui egoísta e queria que ele acordasse aqui e do jeito que eu imaginava que ele deveria acordar. Mas acho que agora ele acordou em algum lugar que era bom pra ele, né?”}
{No começo as pessoas falavam assim “ah, isso é pra vocês serem mais unidos”. Bom, vocês não conhecem a gente. A gente é muito unido. Muito. E por isso era tão difícil, sabe? Eu ficava até pensando assim “ai, eu gostaria de ser aquelas irmãs que veem o irmão uma vez por ano, sabe, num tem intimidade”. Nada. A gente era MUITO próximo. Então, eu acho que o Itamar viu que eu precisava de 15 anos pra entender a morte dele, sabe? Que se fosse um dia a menos eu ia sofrer muito.}
Apresentadora:
Agora eu queria que você que ta me ouvindo fosse de volta comigo de volta lá pra 2005, naquela sexta-feira comum de setembro, naqueles primeiros minutos de aflição da Dona Elvira, a mãe do Itamar, lembra que a Bettina contou?
Bettina:
{“Ela falou ali: eu quero o Itamar do meu lado de qualquer jeito porque eu sou mãe. Um anjo ali disse amém. Falou “ta bom”.
Então durante todos esses 15 anos eu nunca, nunca mesmo ouvi minha mãe reclamando, sabe? Ou, assim, tendo qualquer tipo de revoltada, nada. Nada. Ela tava doente há uns anos, tava com uma demência do Parkinson, mas se o Itamar tossia, era como se ela encorporasse de novo e aí ela ia até o quarto dele e dizia “que foi, filho, o que que você tem?” Às vezes eu chegava lá e ele tava lá que nem um temaki, sabe? Todo enrolado, cobertor, cachecol, eu falava “mãe, o que que é isso?” “Não, ele ta com frio, eu sinto que ele ta com frio!”
O Itamar aterrisava ela. Ela foi mãe até o fim. Ela cuidava dele.”}
Apresentadora:
A Dona Elvira tinha uma espécie de… combinado com o filho.
Bettina:
{Ela falava… Não era uma coisa muito aberta, ela não falava pra todo mundo, não era uma coisa que ela falava “eu vou embora quando o Itamar for”, mas a gente percebia esse cuidado que ela tinha com ele e ela chegava perto dele e falava “que foi, filho? lembra do nosso combinado!” E a gente sabia que o combinado era esse, que eles iriam juntos, né? Era isso que ela queria… E acho que ele também.}
Apresentadora:
Você lembra que eu falei que se essa história fosse uma série ou um filme poderia parecer exagero do roteirista? A partir deste momento vai parecer ainda mais.
Naqueles dias, assim como Itamar, Dona Elvira também estava com uma pneumonia, inclusive internada, e a preocupação da família era sobre como contar a respeito da morte do filho.
Bettina:
{A gente ia ver com o médico, ainda, como dar essa notícia pra ela. Mas nem precisou. Porque ele morreu segunda, seis da tarde, e ela morreu quarta, nove da manhã. O médico disse que ela desligou, assim, ela tava num quarto, tava bem, entraram pra fazer fisioterapia e ela parou, assim. Risos
Provavelmente, a gente imagina, que o Itamar entrou no quarto e ela falou “nossa, você aqui?!” e aí eles foram. Cumpriram o combinado, porque foi uma coisa muito incrível. Muito.
Então assim, pensar “ah, foram duas mortes em menos de 48 horas”? Mas… eu acho que não poderia ser de outra maneira. Um não ia aguentar ficar sem o outro.}
Apresentadora lê um trecho do blog:
“Na última quarta-feira, no próprio dia 16, foi o dia de desmontar seu quarto. Levaram a cama e a cadeira de rodas. Doei as roupas, mantas e cobertores. Guardei as fotos do quadro de imã. Há 15 anos, eu pendurava fotos.
“A saudade é arrumar o quarto……..” Foi mesmo mágico a mãe ter ido embora antes de precisar cantar o fim desse verso. Ela não merecia perder você duas vezes. Ninguém merece.
Eu ouvi tanta coisa bonita sobre a partida de vocês dois tão próxima. Uma querida me disse que era como o último capítulo de uma temporada, que faz chorar, mas que pensar em você e a mãe acordando juntos é “o fim mais lindo que alguém poderia imaginar!”.”
Bettina:
{“Então, era uma coisa tão surreal, e ainda numa pandemia, no meio de uma pandemia, tão surreal, que você fala “não, tem muito mais coisa entre o céu e a Terra, né?” Aí tem uma mensagem, tem uma ligação, tem um amor, tem um Sagrado nisso, né, nessa relação, nessa vida e nessa morte dos dois, né?”}
Apresentadora:
Ao longo deste episódio você me ouviu lendo alguns trechinhos dos posts do blog, mas eu recomendo que depois de terminar aqui este episódio, você entre lá pra conhecer mais. Chama Pra quando você acordar. A Bettina escreve super bem, é uma escrita carregada de amor, de dor, de música, de memórias… E ta nos planos transformar tudo que ta ali num livro.
Por falar em livro….
Eu quero mudar de capítulo aqui…
{TRILHA SONORA DE ENTRADA DO FININHO, COLUNISTA DO PODCAST}
Apresentadora:
Fininho.
Coveiro.
Filósofo.
Colunista aqui do Finitude.
Fininho:
{Você viu a coincidência da vida? O livro que eu tava ele prefaciou, mas eu não conhecia. Hahahaha Mas muito legal, pô, valeu mesmo!}
Apresentadora:
Na semana passada aconteceu uma coisa surreal: o Fininho me mandou a foto de um livro chamado “Entre mortos”, para o qual ele foi entrevistado. Um trabalho de conclusão de curso de alunos de Jornalismo que se formaram em 2014. A ideia era dar visibilidade aos profissionais que lidam diretamente com a morte.
Apresentadora:
E tive uma surpresa: a assinatura do prefácio era do jornalista Audálio Dantas… Também conhecido como… meu pai.
Fininho:
{Foi uma moça que foi me entrevistar lá no Cemitério do Araçá. Aí eu mudei aqui pro Cemitério da Penha e deixei o livro lá. Aí bateu a saudade, cheguei lá e oh: esse livro a moça deixou pra você. Apanhei o livro e nem abri. Demorei uns 2 meses pra abrir o envelope. Abri o envelope e tava lá a minha cara no índice, na história, tudo, eu gostei bastante!}
Apresentadora lê um trecho do prefácio:
“Certamente não foi fácil lidar com o tema escolhido para este trabalho de conclusão de curso. Em meio às pesquisas ou no trabalho de campo, alguns deles devem ter considerado que o grupo poderia muito bem ter optado por um assunto mais leve. Pessoas que vivem de plantar flores, por exemplo. Mas o trabalho tratava da morte, que é um caminho sem volta.
Deixadas de lado questões que envolvem considerações de ordem psicológica, no caso dos autores a resposta é simples: eles se preparam para o exercício de uma profissão que exige, basicamente, a busca pela verdade dos fatos. E o trabalho de profissionais que vivem entre os mortos é um desses fatos.”
Apresentadora:
Eu to até agora emocionada com essa conexão… Sem que eu soubesse, meu pai, muito antes de partir, conheceu a história do Fininho. Eu mesma só conheci há pouco mais de um ano e, desde o semestre passado, tenho a honra de tê-lo aqui neste espaço de quinze em quinze dias.
Dessas coisas da vida….
{TRILHA DE ENCERRAMENTO}
E a gente vai chegando aos finalmentes deste episódio do Finitude, aproveitando pra te recomendar o episódio da Rádio Escafandro que sai nesta quarta-feira. É sobre o silêncio. O Tomás Chiaverini vai falar do canto das baleias à linguagem dos sabiás e sobre o que acontece com a mente de alguém que escolhe ficar dez dias em silêncio.
Assim como o Finitude, a Escafandro também é da Rádio Guarda-chuva, que é a primeira rede brasileira a se dedicar totalmente a podcasts jornalísticos. Segue a gente nas redes: estamo como guardachuvapod.
Quer ajudar o Finitude a continuar? Entra lá em apoia.se/finitudepodcast pra conhecer o nosso financiamento coletivo.
Este episódio está inteirinho transcrito no link do Medium que ta na descrição aí no seu tocador. Aproveita pra indicar praquele seu amigo ou parente que é uma pessoa com deficiência auditiva. Assim, todo mundo consegue acompanhar o nosso conteúdo.
To deixando também na descrição o endereço da Amazon em que vende o livro Entre Mortos, sobre o qual falei ainda há pouco na coluna do Fininho. É um TCC que foi inclusive premiado e, por mais uma coincidência, teve a orientação de um super jornalista amigo meu, o Wagner Belmonte, professor da FAPCOM. A obra é de autoria de Josilene Rocha, Mariane MansuÍdo, Tiago Melo e Suely Melo.
Por aqui eu volto na terça que vem. Nos outros dias da semana, você me encontra como finitudepodcast no Instagram e PodcastFinitude no Twitter.
Brigada pela escuta, um beijo pra você!
{Vinheta da rede B9, que diz: este podcast é apresentado por b9.com.br}